Mori - A vingança do Morto
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Mori - A vingança do Morto

Mori - A Vingança do Morto

O luto só se encerra quando o morto é vingado por seu representante. Adornado com as tranças dos parentes dos mortos em seu punho, o aroe maiwu parte para a caça de um grande felino. O abate do animal tem como intenção o resgate do sopro de vida, que uma vez capturado do animal, é alojado na cabaça mortuária, produzida pelo pai ritual do morto, e que então será tocada pelo caçador.

O couro do animal é entregue à mãe ritual do morto. Em momento posterior este couro será transmitido aos parentes masculinos do morto, enquanto os dentes são remetidos às mulheres enlutadas. Esses adornos representam uma retribuição que o finado presta, por meio de seu representante, pelos serviços funerários.

Existe uma preocupação de que o morto, agora em sua forma aroe, fique satisfeito com o ritual realizado, para que assim ele não passe a intervir na vida dos que seguem vivos.

Agora transformado em aroe (espírito) ele realizará uma longa viagem até chegar ao seu lugar definitivo, a sua nova morada na aldeia dos mortos. Essa viagem tem a mesma duração do ritual fúnebre, tempo necessário para que seja redimido de todos os males praticados na vida terrena.

Para os Bororos a “alma” pode escolher a sua morada nas aldeias dos aroe independente dos seus atos terrenos. Acreditam que a vida na aldeia dos mortos é semelhante à terrena em todos os sentidos, tendo as almas as mesmas necessidades que os indivíduos em vida.

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