Contextualização
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Contextualização

Em todo o país, professores e estudantes, especialmente da Educação Básica, concentram a lembrança da forte e incontornável ancestralidade indígena dos brasileiros em abril de cada ano, mais precisamente em torno do dia 19 de abril, quando é celebrado o Dia do Índio.

E por que essa data? Em 1940, foi realizado no México o I Congresso Indigenista Interamericano, no qual iriam ser discutidos assuntos referentes à qualidade de vida dos índios. Os próprios indígenas também foram convidados a participar do Congresso, mas como estavam acostumados a serem desrespeitados, preferiram não participar.

Após alguns dias, os Índios entraram em um acordo e decidiram que iriam participar do Congresso, já que lá seriam discutidos problemas que diziam respeito a eles.

A data em que foi tomada esta decisão tão importante era 19 de abril. Por este motivo, em 1943, Getúlio Vargas, que foi presidente do Brasil de 1930 a 1945, decretou que o dia 19 de abril seria dedicado à celebração da cultura indígena no Brasil.

Por ocasião da data, é comum encontrar nas escolas comemorações com fantasias, crianças pintadas, música e atividades culturais que mitificam o índio, que o caricaturam. No entanto, especialistas questionam a maneira como algumas dessas práticas são conduzidas e afirmam que, além de reproduzir antigos preconceitos e estereótipos, não geram aprendizagem alguma.

A Lei 11.645/08 inclui a cultura indígena no currículo escolar brasileiro e é perfeitamente possível incluir esta temática no planejamento de aulas  História, de Língua Portuguesa e de Geografia. Há, certamente, muitas formas de trazer esta temática para a sala de aula, e não apenas no âmbito das disciplinas citadas, de modo coerente com a realidade e com a história, sem que se mitifique a figura do indígena, com atividades cujo único foco é vestir as crianças com cocares ou pintá-las e sem que se reproduza preconceitos em sala de aula, mostrando o indígena como um ser à parte da sociedade, que anda nu pela mata e vive da caça de animais selvagens.

O Brasil tem ainda cerca de 230 povos indígenas, que falam cerca de 180 línguas. Cada etnia tem sua identidade, rituais, modo de vestir e de se organizar. De modo geral, todas enfrentam graves problemas para continuar existindo.

A fim de subsidiar professores e estudantes na abordagem didática de um desses povos, esta exposição virtual é dedicada a um dos rituais capitais do povo Bororo, os índios que habitavam toda a Região Centro-Oeste do Brasil, atualmente confinados em reservas, sobretudo em Mato Grosso. O termo Bororo significa, na língua nativa Boe Wadáru, pátio da aldeia, o que remete à tradicional disposição circular das casas de suas aldeias, formando um pátio central que é o espaço ritual desse povo, caracterizado por uma complexa organização social e pela riqueza de sua vida cerimonial sem igual.

Aqui, o professor terá um ponto de partida vigoroso para, em seguida, buscar conhecimentos mais amplos para o estudo desse povo e na condução de seus alunos no conhecimento de uma cultura rica, viva e tão brasileira quanto todas as demais culturas que coabitam neste imenso país e que constituem uma de suas maiores riquezas.

 

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